O GALINHO CINZENTO Na fazenda do seu Zequião, tinha muitos animais. Próximo a casa da séde, havia um galinheiro com muitos galos e galinhas acompanhados de muitos pintinhos todos amarelinho, muito bonitinhos. Um deles era mesclado de branco e cinza. Destoava dos outros. O galo disse para a galinha mãe: -- Este não é meu filho.! Ele nada se parece comigo nem contigo. Devemos expulsá-lo daqui! A galinha-mãe, mais que depressa, agarrou o pintinho e escondeu-o sob asas e disse: - Não, ele é nosso filho, não tem culpa de ser diferente dos outros. Ele será um grande galo formoso, brilhante. Todos o admirarão. O galo retrucou: - Quem lhe disse tamanha asneira? A galinha-mãe respondeu-lhe: Foi a fada dos Milharais. Ela trouxe-me uma porção de grãos de milho cinzentos e disse para eu comê-los qando estivesse pronta para chocar... Eu comi vários deles, e foi quando nasceu os pintinhos acinzentados. Mas só este se salvou. Ele é muito especial prá mim. Passaram-se dias, semanas e o pintinho ia crescendo garboso e imponente, tornando-se depois um lindo galinho carijó. O Galo-pai achava-o bonito mas não se conformava com a diferença do Galinho Cinzento cor de prata, que brilhava muito à luz do Sol.Um dia, vieram uns homens comprar galinhas para fazer uma festa. O fazendeiro vendeu algumas galinhas e também muitos franguinhos. Queriam comprar o Galinho Cinzento, mas o fazendeiro não quiz vender. Era seu galo de estimação. A Galinha-mãe já estava ficando velha e o fazendeiro ofereceu-a mais em conta. Mas no momento que um comprador foi pegar a Galinha-mãe, o Galinho Cinzento avançou e bicou a mão do homem que deu um grito e lançou o galinho longe. Este, não se fez de rogado, avançou novamente e de seus olhos sairam chispas de fogo que queimaram a mão do comprador e ele com a dor largou a Galinha-mãe no chão, que correu para longe do quintal - Todos ficaram espantados com a reação do Galinho Cinzento que defendia a mãe com risco de ser morto al mesmo. Mas a fada madrinha vigiava tudo que se passava e com sua varinha mágica, fez uma cerca invisível que não permitiu aos homens passarem por ela, enquanto o Galinho Cinzento fugia com a Galinha=mãe para fora do quintal e nunca mais voltaramà fazenda do "seu" Zequião. Eles foram viver numa granja protegida pela Fada Madrinha e viveram felizes no meio de outros galinhos cinza prateados... Moral da Historia : Amor de Mãe e Amor de Filho não se compra, não se rouba nem se desfaz -- (Elma)
OLHOS DE ÁGUIA -- Na tribo dos cariris, havia um mancebo chamado Olhos de Águia, que tinha olhos negros, muito bonitos e brilhantes. Ele percebia tudo que acontecia na tribo e em volta dela. Não só enxergava muito bem, mas também ouvia qualquer ruído estranho que fosse, ao redor da aldeia. Todos confiavam nele e na sua capacidade. Olhos de Águia um dia saiu à caça de lebres, no interior da densa floresta. Chegou a uma clareira e notou que havia ali, restos de caça e cinzas de algum fogo ali queimando. Ainda se via alguma fumaça... Vasculhou toda a mata ao redor, nada encontrou, apenas algumas ervas amassadas pelos pés de alguém que ali estivera. Pensou que seria de algum caçador de outras tribos... Os de sua tribo não iriam tão longe. Olhos de Águia se aprofundou mais na mata... A tarde já ia se despedindo com seus últimos raios solares e o céu já apresentava uma certa penumbra.. Era o começo do anoitecer..Olhos de Águia, pensou voltar, mas errou o caminho e foi dar numa construção natural de pedras que formavam uma espécie de abrigo. Ali se postou sobre palhas recolhidas das palmeiras, e adormeceu... Sonhou... sonhou... Um pajé aproximou-se dele e disse-lhe: Acorda e vai ter á um rio perto daqui... Lá, a Deusa das Águas (Iemanjá) tem coisa bonita prá te dizer.. e o pajé foi-se. Logo sonhou que uma linda jovem aparecia diante dele e lhe sorria, faceiramente... Ficou encantado com a jovem e quando acordou procurou em volta para saber se ela e o pajé estavam ali. "Será que foi só um sonho ?" pensou. Não podia ser, "nunca vi essa jovem por aqui É tão diferente e o pajé não é da minha tribo. De onde seriam os dois?" Levantou-se e iniciou sua marcha para a caçada. O sol já aparecia levemente por entre as folhagens das grandes árvores da densa floresta.Foi quando deparou com um largo rio de águas límpidas, puras, onde muitos peixes brincavam e pulavam sobre as ondas. Ficou maravilhado com aquela abundãncia que a Natureza providenciava para os seres das matas. Pegou alguns peixes com as mãos mesmo e tentou atiçar um fogo para assá-los, pois estava faminto... Logo ouviu um ruido de passos, levemente, em sua direção. As folhagens se abriram e uma linda jovem apareceu e veio ao seu encontro. Olhos de águia ficou paralizado pela surpresa. Maravilhou-se pela beleza da jovem índia que sorriiu-lhe dizendo: "Não tenha medo, vim ajudá-lo na sua caçada" - Venha comigo ! Ele paralizado ainda, sentiu que deveria segúí-la e, automaticamente foi junto com a jovem até um local às margens do rio, onde haviam muitas frutas e muitas flores como se alguém as tivesse plantado alipropositalmente. Uma cabana de palha erguia-se a poucas distãncias do jardim florido e da horta. Um velho apareceu e saudou-o dizendo " Seja benvindo a esta humilde choupana!" Entre que serás nosso hóspede!" -Olhos de Águia aceitou, ainda meio aturdido com as aparições. Esqueceu até que tinha que voltar para a sua tribo. Ficou vários dias na cabana e o velho pagé pediu que casasse com sua filha, a bela india que o atraia como talismã feito pelas mãos de Tupã. Aceitou o casamento com a jovem,cujo nome era Açucena, em homenagem à flor que havia no jardim, em quantidade. Os dias se passaram e a tribo de Olhos de Águia, esperou-o por longo tempo e pensavem já que ele tinha morrido. Um dos guerreiros, um dos mais fortes, foi procurá-lo a pedido do cacique da tribo. Manassé armou-se de arco e flechas e uma espadeira e embrenhou-se na selva seguindo as pegadas de Olhos de Águia. Quando depois de um dia e uma noite encontrou a cabana do pajé e sua filha, muito surpreso ficou ao saber que Olhos de Águia se casara e nem se lembrava mais da sua gente! Chorou, e pediu a Tupã e à Guaraci que iluminasse a mente de Olhos de Águia. Este mais do que depressa recobrou a memória e abraçou Manassé com os olhos cheios de lágrimas! A jovem Açucena acompanhou-os até a tribo de Olhos de Águia e foi bem recebida lá como parente, embora enciumando Açai, que havia sido prometida a Olhos de Águia desde menina. Açucena notou isso e procurou angariar-lhe a amizade. Açaí recusou-se, virou as costas e foi para junto de seus pais. Olhos de Águia tudo percebeu e pensou que não deveria ter se casado antes de avisar Açaí e a tribo. Sentiu pena de Açai e pediu ao Cacique, seu pai e ao pajé seu padrinho (segundo pai) para interceder junto á Açai. Ficaria com as duas. que deveriam trabalhar juntas como amigas uma da outra. Assim acabariam as mágoas ...Mas qual? Açaí não queria saber de amizade com Açucena. Achava a moça muito falsa, traiçoeira. Seus olhos diziam isso, Açaí consultou o pajé e outro feiticeiro que havia na tribo. Ambos acharam que Açai tinha razão. A jovem Açucena era uma feiticeira que se passava por boa moça,e enfeitiçara Olhos de Águia. Ele ainda estava sob uma forte "mandinga",diziam. Para desfazer isso, enviaram um jovem guerreiro ao local da jovem Açucena, onde estava a cabana no meio do jardim junto à horta... Ao entrar na cabana viu que o velho estava morto. Mas havia algo estranho no ar. O jovem era muito inteligente e instruido pelos pajés e feiticeiros de sua tribo, logo tratou de por os seus truques à prova. Acendeu um fogo no meio da cabana e chamou a fumaça para desvendar-lhe os mistérios dali. No meio da fumaça formou-se uma figura. Era o velho pajé, cujo corpo ali estava inerte e fez sinais para ele."Vou buscar a minha filha daqui a 7 luas" Era deixará um filhoque se chamará Passaro Cantante...Açai deverá cria-lo até ele se tornar um guerreiro de verdade. Olhos de Águia deverá cumprir a promessa que fez a mim e à minha filha. Dito isto, a figura desapareceu e o jovem guerreiro voltou à sua tribo intrigado com a profecia do velho pajé desconhecido. Contou tudo para os pajés e feiticeiros da tribo ao redor do Cacique e dos guerreiros mais adultos. O Cacique então, pediu para todos esperarem até o nascimento de Pássaro Cantante, deveria assim se chamar o filho de Olhos de Águia. E foi assim que nasceu o filho de Açucena e Olhos de Águia, quando, então, Açucena morreu do parto e seu espirito foi ter com seu pai no País dos Antepassados. Olhos de Águia voltou a ser o jovem guerreiro que fazia boas caças e enxergava tudo ao redor da aldeia e amou seu filho tanto quanto, Saburâ., filho de Açaí. que nasceu depois de várias luas. -- Autora: Elma)
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